A tradição é uma herança do antigo arraial de Pilar de Goiás
Hidrolina, no Vale do São Patrício, a 275 km de Goiânia, celebra suas Cavalhadas neste final de semana, nos dias 17,18 e 19 de junho. O evento será realizado no Estádio Wagner Souza Silva e deve reunir milhares de moradores da cidade e turistas.
Desde o ano 2000, Hidrolina promove as Cavalhadas, que já são parte do calendário das festas juninas municipais. A tradição é uma herança do antigo arraial de Pilar de Goiás.
Durante as batalhas, os participantes trocam tiros de festim e levantam suas espadas e lanças em corridas coreografadas, ao ritmo dos tambores. Os cavaleiros usam saiotes de cetim, com rendas, babados e franjas.
Em uma torre simbólica, a rainha Floripa é prisioneira durante os combates. Ao final do espetáculo, ela é libertada e o castelo é queimado. Os cavaleiros oferecem flores às damas e participam do torneio real das argolinhas, uma prova de habilidade com resultados imprevisíveis.
A intenção da festa é preservar a fé e resgatar as tradições através da cultura popular. A comemoração começa com a Festa de São João e os moradores se orgulham de participar da fabricação das vestimentas, flores, bandeiras e ornamentos. O evento ainda realiza a alvorada festiva, desfile dos cavaleiros, além da encenação da guerra entre mouros e cristãos, terminando com a derrota e conversão dos mouros ao cristianismo.
Circuito das Cavalhadas de Goiás
Santa Cruz de Goiás, Posse, Jaraguá e Pirenópolis já realizaram as festas na primeira metade de junho. Palmeiras de Goiás, Hidrolina, São Francisco de Goiás e Crixás realizam as Cavalhadas na segunda metade deste mês. Em Santa Terezinha de Goiás, a festa será no mês de julho. Já em Pilar de Goiás e Corumbá de Goiás, a batalha entre mouros e cristãos será encenada em setembro. A Cidade de Goiás fecha o circuito no mês de outubro.
Tradição
As Cavalhadas são celebrações inspiradas nas heranças culturais de Portugal e da Espanha na Idade Média. Elas começaram a ser representadas no Brasil no século XVI. Em Goiás, o primeiro registro é de 1751, na cidade de Santa Luzia (hoje Luziânia). A festa une religiosidade e fé, cultura, turismo, economia e valorização do patrimônio imaterial do Estado, mobilizando os moradores locais e visitantes.