Tiveram início na quarta-feira (14/9), mais três turmas da Oficina de Pintura, oferecida pela Prefeitura de Goianésia, por meio da Secretaria Municipal da Cultura e Turismo, a goianesienses interessados nessa arte.
Os treinamentos, uma turma no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU das Artes) Vereador Adélio Mendes da Costa, no Bairro Nova Fiíca, e duas no Centro Cultural Berchiolina Rodrigues, no Centro, uma das quais para residentes do Lar São Vicente de Paulo, são ministrados pelo renomado artista plástico José Ricardo dos Santos, que tem importantes obras de sua lavra, por exemplo, pintura e escultura sacras, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora d’Abadia.
É o segundo ano que José Ricardo ministra as oficinas em Goianésia para turmas de 15 alunos cada. Como os cursos são ministrados semestralmente, passam pelas mãos do artista, que facilita o aprendizado para pessoas de variadas faixas etárias, 90 alunos por ano. São 45 a cada semestre.
“Aqui o aluno aprende a pintura clássica, a arte acadêmica mesmo. Ele começa a aprender o realismo, as técnicas profissionais mesmo de pintura realista. Depois, com o passar do tempo, se ele tiver dom, vocação e aptidão para continuar, ele vai estudando e procurando descobrir qual o seu estilo”, explica o professor José Ricardo, para quem a pintura tradicional vai ajudar o aluno, mesmo que ele se encaminhe para a arte moderna, a arte abstrata.
“Muitas vezes, a criança começa uma pintura mais realista, e ela descobre que o estilo dela é abstrático, por exemplo. Mas, para fazer o abstrato, ele vai ter grandes noções de tom, sombras. Então, a pintura tradicional vai ajudar muito o aluno, mesmo que o estilo dele seja outro”, completa o ministrante.
Nas oficinas facilitadas por José Ricardo o aluno aprende a teoria e a prática. “Ensinamos as técnicas de sombreamento, de degradê, claro-escuro, e a gente também fala um pouco da história da arte: quem foram os grandes gênios da pintura, as técnicas que eles usavam, quais foram as escolas da pintura. É mais prática, mas a teoria é importante, para que haja valorização também de outros artistas, para que não tenha uma arte egoísta, a minha arte. Você sai com um conhecimento maior, de técnica e também de história da arte”, diz José Ricardo, que dispensa acompanhamento individualizado, daí se fazer distinção de faixa etária para ingressar nas oficinas.
Além disso, a Secretaria Municipal da Cultura e Turismo doa todo o material utilizado pelos alunos na pintura da primeira tela. Ao todo, durante as oficinas, os alunos pintam até três quadros, nos quais aplicam todas as técnicas aprendidas. E ao término do curso, as telas são expostas para o público, na Galeria de Artes Adão Rocha, do Centro Cultural, e no CEU das Artes, oportunidade para apreciação de toda a comunidade.
Descoberta
Dentre os muitos alunos que passaram pelas aulas de José Ricardo, apesar do pouco tempo das oficinas ministradas por ele, alguns já se destacam, com trabalhos vendidos e/ou exposições, em Goianésia e fora do Estado de Goiás.
É o caso da Lheysa, hoje residente em Belo Horizonte (MG). Sem nunca ter pintado antes, ela começou nas oficinas oferecidas pela Pasta da Cultura – participou de uma, no ano passado – e vende seus quadros e expõe na capital mineira. Há obras dela na Galeria de Artes Adão Rocha, do Centro Cultural Berchiolina Rodrigues, em exposição permanente.
“Claro, a Lheysa, descobriu o dom, mérito dela, ela se descobriu e descobriu o seu talento, eu sou apenas um facilitador para a pessoa descobrir o seu dom, e ela descobriu um estilo peculiar dela, muito bonito. Hoje, ela mora em Minas Gerais e lá vende e expõe os seus quadros. Teve origem aqui, é uma artista de Goianésia que começou a partir das nossas oficinas aqui do Centro Cultural”, orgulha-se José Ricardo.
Para o professor, descobertas como a da Lhaysa confirmam que a Prefeitura de Goianésia, ao oportunizar o acesso a essas oficinas, está no caminho certo. “Nunca teve, em Goianésia, tanto incentivo à arte como está tendo agora. Nosso prefeito, Leonardo Menezes, o secretário de Cultura e Turismo, Willian Teófilo, o diretor do Centro Cultural, Eduardo Henrique Nascimento, e a diretora do CEU das Artes, Karla Marcelino, estão empenhadíssimos em oferecer essas oficinas para as crianças, para os adolescentes, para os adultos, para descobrir novos talentos, para descobrir os artistas de Goianésia. E isso é fundamental. A criança pode até ter o dom, mas, se não tiver quem aponte para ela, que desperte isso nela, aquele dom não emerge. Talvez ela até o descubra sozinha, mas, se tiver alguém que apoie e que mostre, ele vai muito mais rápido e chega muito mais rápido ao que tem que chegar como artista.”
Para se ter ideia, somente da Pasta da Cultura e Turismo, são oferecidas, atualmente, oficinas de karatê, exclusivamente no CEU das Artes; balé, teclado, violão, canto, teatro, pintura e dança rítmica, no CEU das Artes e no Centro Cultural; também violão, no Povoado Morro Branco; e, ainda, aulas de Ritmos Fit, nos povoados Cafelândia e Juscelândia.
“Precisa de alguém que faça ver. O professor, nesse sentido, é um facilitado para a pessoa se perceber, para se descobrir e se lançar no mundo da arte. É preciso de alguém que ajude, que acompanhe e que ensine técnicas de aperfeiçoamento”, conclui.