Mais comum em homens, provoca dores e pode afetar os nervos sensoriais e motores, além do sistema nervoso

Você já sentiu uma dor persistente na região glútea que irradia para a parte posterior ou lateral da coxa, pernas e pés? Se a resposta é sim, você pode estar sofrendo da chamada "Síndrome da Carteira," também conhecida como Síndrome do Piriforme. Essa condição, semelhante à dor ciática, afeta muitas pessoas, especialmente aquelas que têm o hábito de carregar a carteira no bolso traseiro da calça, do lado direito.
O piriforme, um músculo rotador externo do quadril, do tamanho médio de um polegar, está localizado exatamente na altura do bolso traseiro da calça. Quando uma pessoa se senta com uma carteira no bolso de trás, o músculo piriforme pode comprimir o nervo ciático, levando a uma série de sintomas desconfortáveis.
De acordo com o médico ortopedista e professor do curso de Medicina da Unic Beira Rio, Dr. Nauro Hudson Monteiro, o nervo ciático sai da região lombar e se estende pela perna com várias ramificações. “Quando há contratura deste músculo, ocorre uma compressão direta do nervo, causando parestesia, dor, desconforto para sentar, dor irradiada para nádegas, coxa e perna, além de dificuldades para andar e, dependendo do grau de dor, torna-se incapacitante”, esclarece o especialista.
O diagnóstico da Síndrome da Carteira é clínico e deve ser realizado por um ortopedista. O tratamento inclui a prescrição de analgésicos, relaxantes musculares e fisioterapia para auxiliar no alongamento do músculo piriforme. Em certos casos, pode ser necessário o uso de toxina botulínica, que temporariamente paralisa o músculo, aliviando os sintomas.
Essa síndrome é mais comum em homens adultos e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida, uma vez que a inflamação do nervo ciático pode levar a neuropatias crônicas e dores incapacitantes. “Nervos sensoriais, motores e sistema nervoso podem ser afetados pela neuropatia. Diante de qualquer sinal, a recomendação é que um médico especializado acompanhe o quadro clínico e, para evitar o surgimento da síndrome, deixar de colocar objetos no bolso de trás da calça é um primeiro passo relevante”, conclui o Dr. Nauro Hudson.