A participação é duas vezes superior à da Legislatura passada
![Bancada feminina na Alego é composta por quatro deputadas](https://static.wixstatic.com/media/2e4696_627780dc92074beaa399df260f02e07f~mv2.png/v1/fill/w_49,h_29,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/2e4696_627780dc92074beaa399df260f02e07f~mv2.png)
Uma Casa, 41 parlamentares, 4 mulheres. Mesmo com participação duas vezes superior à da Legislatura passada, os números mostram que, na dança das cadeiras do Parlamento goiano, o público feminino permanece longe de alcançar um patamar de representação justo e satisfatório. Para driblar a baixa representatividade, as novas deputadas apostam na união de esforços e propósitos para a consolidação de uma bancada forte e atuante na defesa dos direitos sociais e políticos daquelas que, junto a elas, constituem, hoje, mais da metade da população e do eleitorado do estado.
Esse é o sentimento expresso nas falas de Bia de Lima (PT), Rosângela Rezende (Agir), Vivian Naves (PP) e Zeli Fritsche (PRTB). A partir desta quarta-feira (1°/02), elas estarão lado a lado, pela primeira vez, ajudando a dar visibilidade e voz às pautas das mulheres goianas no novo Plenário da Alego.
Todas dizem aguardar com otimismo e determinação a estreia em seus respectivos mandatos. Além da defesa das mulheres, cada uma traz, na bagagem, bandeiras particulares de lutas travadas em cada uma de suas trajetórias.
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Representante dos trabalhadores da Educação, Bia de Lima expõe seus anseios em favor da categoria. "Há muito tempo que o setor aguardava a oportunidade de ter uma cadeira na Assembleia Legislativa. Vamos lutar por investimentos para a valorização profissional de todos os servidores da área. Isso inclui desde de plano de carreira para os administrativos, até o respeito aos aposentados, que, com a Reforma da Previdência, sofreram prejuízos imensos", pontuou.
A petista destacou, igualmente, compromisso adicional com a defesa dos trabalhadores em geral. Estendeu, de forma especial, o apoio de seu mandato aos trabalhadores do campo, como forma de reforçar, sobretudo, a importância do fortalecimento da agricultura familiar e da reforma agrária. Bia também disse, por fim, que pretende atuar em prol dos servidores públicos e da garantia do direito à saúde de todas as categorias citadas.
Pedagoga e especialista em educação brasileira, Bia de Lima preside o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), onde finalizou, agora, a sua segunda gestão, e também a regional goiana da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Além da região metropolitana, representa, igualmente, Jataí e arredores.
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A advogada e bancária Vivian Naves, que representa Anápolis e região, mencionou compromissos com a pauta social. A intenção é colocar, agora, à disposição de todos os goianos a experiência adquirida e confirmada durante os dois mandatos de seu marido, Roberto Naves, à frente do Executivo anapolino. De 2016 para cá, a progressista destaca como legado a instituição, no município, de um programa de voluntariado que tem garantido assistência em diversos setores a famílias em situação de vulnerabilidade. A defesa e a garantia dos direitos dos idosos, crianças e adolescentes também foram apontadas como importantes bandeiras a integrarem a atuação da deputada.
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Já para a odontóloga Rosângela Rezende, o foco de atuação será a área da saúde. O propósito também segue experiência acumulada no ramo, sobretudo a alcançada enquanto gestora municipal em Mineiros, região que representa. A parlamentar, comandou, por duas ocasiões, a Pasta da Saúde no município. Isso aconteceu durante os mandatos de seus progenitores à frente da prefeitura local, primeiramente com a prefeita Laci Machado (2001/2004) e, depois, com prefeito Agenor Rezende (2013/2020), que já havia se destacado como governador (1994-1995) e deputado estadual (1986-1994). Especialista em Saúde Coletiva, Rosângela defende, especialmente, a ampliação do projeto de regionalização e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiás.
A ampliação e melhoria da infraestrutura, especificamente a construção, finalização e revitalização de estradas, também é outra bandeira levantada por Rosângela. "Como representante da região sudoeste e do Vale do Araguaia, onde o agronegócio é predominante, entendo que esse é um tema urgente para acelerar o nosso desenvolvimento econômico e, consequentemente, social", ponderou.
A área ambiental é igualmente apontada como foco de atenção da atuação de Rosângela. Ela adiantou, inclusive, estar sendo um nome fortemente cotado para assumir a Comissão do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Casa. "Sonho em conseguir desenvolver políticas de proteção para o Cerrado e o Rio Araguaia e, ainda, incentivar e valorizar a identidade geográfica dos produtos que saem dos nossos municípios goianos", projetou.
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Vice-prefeita reeleita de Valparaíso de Goiás, na chapa de Pábio Mossoró, a também odontóloga Zeli Fritsche destaca, igualmente, pautas já trabalhadas em seu mandato municipal. As áreas da educação, saúde e assistência social são listadas como as maiores prioridades da futura deputada. "Busco, nessa rede que se entrelaça, o foco na qualidade de vida para todos os goianos, lembrando, de forma especial, dos idosos e das pessoas com deficiências", salientou parlamentar, que assume cadeira na Alego representando a região do entorno do Distrito Federal.
Em defesa das mulheres
Ao falarem sobre projetos especialmente voltados para as mulheres goianas, as parlamentares dão voz a uma pluralidade de anseios que, em sua maioria, convergem para a construção de uma agenda comum. Nela estão listadas a preocupação com a atenção à saúde; a independência financeira, via qualificação profissional, e a consequente inserção, com a justa igualdade, no mercado de trabalho; o combate à violência, com a devida punição dos agressores. E, ainda: o incentivo à ampliação da participação na vida política e o alcance da paridade de gênero em todos os espaços de poder e decisão.
Para romper os ciclos de violências a que as mulheres estão cotidianamente sujeitas, Bia de Lima defende políticas públicas com foco na valorização profissional e na punição dos agressores. "O alcance de investimentos conjuntos tanto do Governo Federal quanto Estadual, com a finalidade de garantir formação, emprego e renda, é fundamental para que as mulheres goianas possam ter mais liberdade, autonomia e melhores oportunidades para criarem seus filhos com qualidade de vida, diminuindo a necessidade da dependência de maridos ou companheiros. Aliado a isso precisamos também exigir a punição dos agressores, porque é a medida que mais educa. A impunidade só facilita aqueles que cometem violências a continuarem persistindo no erro", observou.
Bia também destacou a importância da formação de lideranças e a luta pela conquista da paridade de gênero em todas as esferas de representação política. Uma luta que, segundo ela, começa por assegurar a devida visibilidade quanto à participação das mulheres na Casa, o que, neste início de Legislatura, implicará na busca por garantir a presença da bancada feminina tanto na Mesa Diretora do Plenário quanto na presidência das Comissões. "O objetivo é mostrar, com continuidade e firmeza, que as mulheres são propositivas e têm competência para a política", arrematou.
Vivian Naves disse que pretende batalhar para que o modelo de rede de proteção à mulher existente em Anápolis possa ser ampliado para outros municípios goianos. "É um serviço de acolhimento que oferece às mulheres vítimas de violência e seus filhos um ambiente seguro, além de atendimentos com equipe multidisciplinar", comentou.
Rosângela Rezende manifestou interesse na criação de grupos de trabalho para mapear as necessidades das mulheres goianas e fundamentar o desenvolvimento de projetos futuros capazes de atender cada uma das demandas levantadas. "Creio que esse movimento de empoderamento será fundamental para que as mulheres e mães tenham mais autonomia dentro de suas estruturas familiares, entendam os seus direitos e saibam o que fazer para reivindicá-los", defendeu.
A parlamentar também mencionou anseio em desenvolver projeto de preparação das mulheres para uma velhice saudável e sem tabus. “O que você vai ser quando envelhecer?”, é o nome inicialmente pensado para a campanha, que será voltada a mulheres que estão na meia idade ou já entrando na terceira. "O objetivo é desmistificar essa ideia do envelhecimento como um processo negativo e mostrar que há muito a ser realizado nessa fase da vida, especialmente quando se tem saúde", argumentou.
Dentre os projetos a serem defendidos na Alego, Zeli Fritsche destacou iniciativas que visam implementar medidas mais eficazes de prevenção à violência contra as mulheres. A igualdade no mercado de trabalho e o direito das mulheres enquanto classe trabalhadora também foram citados, assim como o amparo à agricultura familiar e à mulher camponesa. "Precisamos de programas permanentes de enfrentamento à estiagem nas pequenas propriedades e de políticas públicas voltadas à transição para produção agroecológica, como forma de incentivo à alimentação saudável e também à preservação do meio ambiente", sublinhou a deputada.