Decisão do CNJ considera críticas do desembargador como não representativas de ofensa frontal à instituição policial
![Desembargador afastado por defender o fim da PM retorna ao cargo após decisão do CNJ](https://static.wixstatic.com/media/2e4696_560bbb3327f04f278f95d6cee0cc4e20~mv2.png/v1/fill/w_49,h_31,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_auto/2e4696_560bbb3327f04f278f95d6cee0cc4e20~mv2.png)
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o retorno do desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). Ele havia sido afastado após proferir críticas à Polícia Militar durante um julgamento.
As declarações de Camargo, feitas em 1º de novembro, geraram reações do governador Ronaldo Caiado. O desembargador afirmou que a PM é despreparada e sugeriu o fim da instituição. Caiado, por sua vez, considerou as declarações uma agressão à PM e um atentado à Constituição Brasileira.
O CNJ, ao analisar a ação da Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego), concluiu que as palavras do desembargador, embora infelizes, não configuram uma ofensa frontal à instituição policial. O ministro Luis Felipe Salomão, responsável pela decisão, enfatizou que o retorno de Camargo não representa risco ao exercício da jurisdição.
O Tribunal de Justiça de Goiás, por meio de nota, informou que cumpre as decisões do CNJ e que a volta do desembargador será efetivada. A decisão será agora submetida à análise de um grupo de ministros para possível revisão.
Camargo, que recebeu a decisão com tranquilidade, contabiliza 34 anos de serviço no tribunal. Seu advogado, Dyogo Crosara, destacou a história do desembargador e ressaltou a ausência de elementos para o afastamento.
O episódio levou o governador Caiado a pedir a avaliação da fala de Camargo pelo conselho de ética do tribunal, sugerindo a possibilidade de impeachment. O vídeo divulgado nas redes sociais reitera o orgulho de Caiado em ser o comandante-chefe da Polícia Militar e pede respeito à instituição.