Eleição do Sintego tem denúncias de manipulação e pode terminar na Justiça
- Redação Ogoiás | Goiânia

- 14 de nov.
- 2 min de leitura
Denúncias envolvem suposta coleta de votos em casas, ausência de mesária e listas desatualizadas

A eleição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), o maior da região Centro-Oeste, termina nesta sexta-feira (14), mas pode não se encerrar politicamente ainda. A Chapa 2, de oposição, liderada pelo professor João Coelho, afirma que o processo foi marcado por falhas, apontando suspeitas de manipulação por parte da atual gestão, representada pela Chapa 1.
Segundo Coelho, duas situações levantaram preocupação. Em Anápolis, na urna 301, um mesário teria registrado em ata que votos foram recolhidos “de casa em casa”. Já em Goiânia, na urna 601, instalada na Hospedagem do Sintego, a denúncia é de que a mesária teria deixado o local durante o período de votação.
A Comissão Eleitoral reconheceu as duas ocorrências, confirmou que houve problemas pontuais e informou que as urnas envolvidas foram impugnadas, com os votos anulados.
Denúncias de boicote e falhas na fiscalização
Coelho também afirma que houve tentativa de boicote. Como prova, ele apresentou um print de um grupo de WhatsApp atribuído a integrantes da Chapa 1. Na conversa, uma mulher identificada como assessora da atual presidente e candidata à reeleição, Bia de Lima, teria sugerido que determinadas urnas não passariam por escolas onde a oposição teria maior chance de votação.
Outro ponto questionado pela Chapa 2 é o uso de listas de sindicalizados supostamente desatualizadas desde 2021, além da falta de entrega antecipada das rotas das urnas. Segundo a oposição, isso dificultou a fiscalização, já que em alguns locais apenas fiscais ligados à Chapa 1 teriam conseguido acompanhar o processo.
“Vamos judicializar as diversas irregularidades”, afirma João Coelho. Para ele, é necessária uma modernização do modelo de votação, com uso de urnas eletrônicas ou aplicativo — a exemplo do que já ocorre na OAB-GO. “O processo atual é atrasado, burocrático e não garante uma escolha segura. Foi conduzido de forma apressada, sem planejamento, dificultando a disputa”, critica.
Comissão eleitoral diz que irregularidades foram isoladas
O presidente da Comissão Eleitoral Central, Eduardo Ramos Jubé, classificou as acusações de manipulação como “genéricas”. Ele afirmou que houve, sim, problemas específicos em Goiânia e Anápolis, mas reforçou que as urnas questionadas foram lacradas, recolhidas e terão seus votos desconsiderados.
“De fato, a mesária se ausentou. Assim que fomos informados, eu mesmo fui até o local, lacrei e recolhi a urna”, relatou Jubé, acrescentando que houve substituição da mesária e continuidade da votação com novo equipamento. No caso de Anápolis, ele disse que a Comissão só teve conhecimento após a denúncia e que os votos também serão invalidados.
Jubé defendeu que a comissão atua com independência. “Somos um órgão independente, composto por seis pessoas que não são filiadas ao sindicato e nem pertencem à categoria. Até aqui, tudo tem ocorrido dentro da normalidade para um processo de grande porte”, afirmou.
A candidata Bia de Lima informou que só irá se posicionar após a apuração. O sindicato orientou que o portal procurasse diretamente a Comissão Eleitoral, o que foi feito. O espaço segue aberto para manifestações das chapas envolvidas.











