top of page
  • Branca Ícone Instagram
  • Ícone do Facebook Branco
  • X
  • TikTok

Seis em cada dez mulheres vítimas de violência não fazem registro policial

Instituto Avon, em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência (OMV) do Senado Federal lança o Mapa Nacional da Violência de Gênero

Seis em cada dez mulheres vítimas de violência não fazem registro policial
Foto: Reprodução

Um novo levantamento, intitulado Mapa Nacional da Violência de Gênero, revela que mais de 60% das mulheres que sofreram violência doméstica e familiar no Brasil não formalizaram denúncias às autoridades policiais. O projeto, uma colaboração entre o Instituto Avon, o Observatório da Mulher Contra a Violência (OMV) do Senado Federal e a organização de jornalismo de dados Gênero e Número, será lançado no Senado Federal, em Brasília, no próximo dia 22 de novembro.


O Mapa destaca uma disparidade alarmante entre os registros policiais e a real dimensão do fenômeno no país. Além disso, apresenta o "Índice de Subnotificação Desconhecida", indicando que muitas mulheres não reconhecem a violência doméstica quando questionadas de forma aberta, mas, ao serem apresentadas a exemplos específicos, admitem ter vivenciado situações de violência nos últimos 12 meses. Essa constatação sugere que os números de violência podem ser ainda maiores do que os oficialmente registrados.


"Acreditamos que o enfrentamento da violência contra a mulher tenha no lançamento do Mapa Nacional da Violência de Gênero um marco histórico, em cumprimento ao artigo 8º da Lei Maria da Penha, que prevê a sistematização de dados unificados nacionalmente e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas. Por isso, o lançamento desta plataforma interativa é tão importante para pautarmos políticas públicas e ações focadas no enfrentamento das violências contra mulheres e meninas", afirma a Diretora Executiva do Instituto Avon, Daniela Grelin.


Cooperação

A transparência e a cooperação entre o Estado e a sociedade civil são aspectos fundamentais do Mapa. O projeto visa contribuir para a qualificação e unificação de dados que subsidiem a formulação e monitoramento de políticas públicas baseadas em evidências. Os dados apresentados são disponibilizados em gráficos amigáveis, destacando séries históricas e recortes regionais e étnico-raciais.


Maria Martha Bruno, Diretora da Gênero e Número e uma das coordenadoras do Mapa, destaca que "o Mapa é um legado de Estado, pois garante a transparência de dados públicos atualizados e sem risco de saírem do ar. Este acesso é fundamental para proteger as mulheres e ajudar a mudar a estrutura sexista da nossa sociedade. O Mapa traz ainda informações fundamentais sobre mulheres LGBTQIA+, que igualmente são vítimas de múltiplas violências."


A plataforma reúne informações de cinco bases de dados, incluindo o Sistema Nacional de Segurança Pública (Sinesp/MJSP) e a Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com o OMV. Uma das principais conquistas do Mapa é a transparência, garantindo a divulgação de dados da segurança pública atualizados a cada dois meses.


A 10ª edição da Pesquisa Nacional da Violência Contra a Mulher, disponibilizada no Mapa, é o maior levantamento do país sobre o tema, contando com mais de vinte mil mulheres entrevistadas. A pesquisa, realizada pelo Instituto DataSenado em parceria com o OMV, embasa índices de subnotificação criados especialmente para o Mapa.


"A Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher contém dados oficiais que trazem a percepção da violência pela voz das próprias mulheres. Ao longo desses 18 anos, tem sido importante instrumento de avaliação de políticas públicas", declara Maria Teresa Prado, coordenadora do Observatório da Mulher contra a Violência do Senado Federal.


Entre os destaques do Mapa, revela-se que 27% das mulheres que declaram ter sofrido violência solicitaram Medida Protetiva de Urgência, e entre elas, 48% afirmam que houve descumprimento por parte do agressor. Quanto às ações tomadas em relação à última agressão, 60% das vítimas buscaram ajuda da família, 45% procuraram a igreja, e apenas 31% denunciaram em delegacias comuns.

Publicidade

Publicidade

Leia também

bottom of page